Validar
significa reconhecer algo ou alguém como válido. Podemos validar sentimentos,
pensamentos, opiniões, comportamentos, coisas e pessoas.
Validar uma
pessoa é reconhecer que ela tem o direito de ser quem ela é. Validar é, portanto,
acima de tudo, respeitar. É reconhecer que a pessoa tem direito a sua própria
maneira de ser e a seus próprios pensamentos e sentimentos.
Invalidar
uma pessoa, ou seja, negar-lhe o direito
de ser quem é, de sentir o que sente, de pensar o que pensa, é algo como
condená-la à morte do ponto de vista psicológico. Podemos, contudo, invalidar
um comportamento, um sentimento ou um pensamento, sem invalidar a pessoa em si.
Não há como
amar sem validar. “Amor” sem validação ou é autoengano ou é hipocrisia. Isto é,
se a pessoa diz que ama o outro e não o valida, ou está enganando a si mesma ou
está tentando enganar o outro.
É possível,
sim, gostar de alguém sem validá-lo. Mas o que é gostar? Gostar é apreciar, é
querer perto de si, é achar agradável. É perfeitamente possível ter esses
sentimentos por alguém sem validá-lo. Quando a pessoa acredita que ama mas não
valida o outro, na verdade, ela não ama o outro, apenas gosta dele. Ela tem
pelo outro uma espécie de “amor egoísta”. O que chamo de “amor egoísta” é
apreciar e querer o outro perto de si sem validá-lo; o que dá no mesmo que
gostar sem respeitar. Esse amor egoísta é o amor das pessoas controladoras ou
manipuladoras. Elas gostam do outro mas não o respeitam.
Amar é,
antes e acima de tudo, validar. Não há como amar sem respeitar. O “amor” sem
validação é uma mentira, repito: ou é autoengano ou é hipocrisia.
E então?
Você apenas gosta de seu parceiro(a) ou você o(a) ama? Se você gosta mas não
valida, você ainda não ama. Precisa aprender a respeitar a pessoa de quem você
gosta para, enfim, ser capaz de amá-la.
Validar,
contudo, não significa , de modo algum, concordar com o outro, mas apenas e simplesmente respeitar o direito que
ele(a) tem de sentir o que sente e de pensar o que pensa.
A validação
do outro, porém, somente é saudável quando parte da autovalidação da própria
pessoa. Se a pessoa precisa invalidar a si mesma para validar o outro, a
validação desse outro torna-se inviável em termos de uma convivência saudável.
Se a validação do outro tiver como custo a autoinvalidação, temos aí um absurdo
– algo como validar o desrespeito. O verdadeiro amor, portanto, somente vai até
o ponto em que a pessoa “ama ao outro como a si mesma”. Mais do que isso é pura insensatez. Significaria o outro extremo da invalidação, uma espécie
de suicídio psicológico.
Portanto, é
válido invalidar a vontade do outro quando ele exige de nós a autoinvalidação.
Esta invalidação consiste na defesa do próprio direito de ser quem se é.