segunda-feira, 18 de julho de 2011

POR QUE OS RELACIONAMENTOS AMOROSOS DURADOUROS MUITAS VEZES CAEM NA MONOTONIA?

A monotonia se instala no relacionamento à medida em que desaparecem a curiosidade e o prazer de conhecer cada vez melhor o outro e dar-se a conhecer cada vez mais. Quando os parceiros param de desvendar o universo infinito em que consiste cada um dos dois. Quando as pessoas ficam demasiadamente adultas e, por isso, já não sabem sentir nem pensar como crianças. Quando um dos parceiros acha que já conhece suficientemente o outro e que chega de tentar buscar sua essência, e perde a noção de que – como tudo e todos mudam a cada instante no Universo – a cada dia, ao despertar, encontra a seu lado uma nova pessoa – que é a mesma que sempre se renova com o passar do tempo. A monotonia se estabelece quando o casal acha que o relacionamento está pronto e acabado, e que não precisa mais de cuidados – lamentavelmente, para muitos esse dia é o dia que se segue ao do casamento. O casamento tem que ser o início e não o fim da longa viagem que fazemos com o outro ao longo da vida. A monotonia se instala no relacionamento quando os parceiros se esquecem de que a vida é breve e que todo o tempo que temos aqui é sempre muito pouco para usufruirmos da companhia um do outro. A monotonia se instala no relacionamento quando a capacidade de se dar e de receber o outro, de se rejubilar com a presença do outro e de comemorar a vida em comum se esvai. A monotonia se instala no relacionamento porque muitas pessoas veem a si e ao outro como “coisas em si mesmo concluídas”, e não percebem o perene vir a ser de cada um, e muitas vezes nem chegam a cogitar que em nosso universo cada ser é sempre um devir. A monotonia se instala no relacionamento quando as luzes da curiosidade e da inocência se apagam. A monotonia se instala no relacionamento quando as pessoas morrem em vida, quando se cansam de ser, conhecer e sonhar. A monotonia cai sobre o relacionamento como trevas sobre a beleza do vir a ser de cada dia. A monotonia contamina o relacionamento à media em que o romantismo desaparece da vida do casal. Quando os parceiros pensam que deixaram de ser namorados que ainda precisavam cativar um ao outro. Quando os olhos, os ouvidos e a mente se cansam da novidade de cada dia. Quando a vida se torna demasiadamente estruturada como algo que não muda, ou demasiadamente fluida a ponto de o tempo passar tão rapidamente que já não conseguimos mais nos encantar com o presente. A monotonia cai sobre o relacionamento quando o aqui-e-agora do amor deixa de ser eterno.

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