quarta-feira, 28 de julho de 2010

O PARCEIRO PERFEITO

O parceiro perfeito
não é um ser sem defeitos
nem a pessoa ideal.
O parceiro perfeito
é aquele que ama e se deixa amar;
é aquele que aprende junto com a gente;
que não mente;
nem nega sua fragilidade tão humana.
O parceiro perfeito é amigo, antes de tudo;
Esforça-se para melhorar
e cada vez menos magoar.
O parceiro perfeito se dedica
ao próprio desenvolvimento
e ao aperfeiçoamento da relação.
O parceiro perfeito não é perfeito;
não é aquele que sempre tem razão;
ele é gente como eu e você:
apenas ama, faz o que pode
e não tem medo de crescer.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

NA DEFENSIVA

Ficar na defensiva é reagir à abordagem do outro como quem se sente atacado e contra-atacar. É achar que o outro está invadindo sua praia, seu território, e atacar o “invasor”.
No casamento, a atitude defensiva costuma resultar em um verdadeiro desastre, pois impede completamente a formação do elo mais importante entre o casal: a cumplicidade.
Como posso ser cúmplice de alguém que considero meu inimigo?
Como chegar a um acordo se acho que estou sendo atacada?
Como entender o ponto de vista do outro se acredito que sua intenção para comigo é má?
A atitude defensiva precisa ser substituída por uma atitude acolhedora. A atitude acolhedora consiste em receber o comportamento do outro simplesmente como uma expressão da pessoa dele e tentar compreender seu significado. O interesse genuíno pode ser a palavra chave nesses casos. O que será que o outro quer realmente dizer? Será que entendi direito a mensagem do outro? O que posso fazer para ajudar a esclarecer a situação?
Essa tentativa de esclarecer a situação costuma ser incompatível com a atitude defensiva da parte de quem se sente atacado e descontruí-la, e fazer o outro sentir-se acolhido.
Quando um dos parceiros diz:
- Ai! Você pisou no meu pé.
Se o outro parceiro estiver na defensiva, reagirá dizendo coisas como:
- Não foi culpa minha! Você é que estava no lugar errado!
Se o outro parceiro não estiver na defensiva, poderá dizer:
- Oh, me desculpe. Foi sem querer. Sinto muito mesmo. Machuquei você?
Se o parceiro ofendeu você, buscar esclarecimento sobre o significado do que ele disse ou fez, ao invés de contra-atacar (ou “dar o troco”) é uma maneira eficaz de não ficar na defensiva, e até de desarmar um possível ataque. Este é o verdadeiro significado do conselho de Jesus de “dar a outra face”.
- O que você quer dizer com isto?
- Qual é mesmo sua opinião a esse respeito?
É claro que as palavras e frases precisam ser também articuladas em uma entonação não defensiva. Uma entonação de interesse genuíno, até mesmo de curiosidade, de investigação, de desejo de compreender. Uma entonação que transmita o desejo de simplesmente esclarecer as coisas.
Quando queremos genuinamente entender o outro e esclarecer os mal entendidos, saímos naturalmente da atitude defensiva para uma atitude compreensiva e acolhedora.
O velho ditado que diz que “violência gera violência” também é válido nesses casos. Quando a gente fica na defensiva, o outro provavelmente se sentirá acusado de ter feito um ataque e tenderá a contra-atacar. E pronto: está armada uma briga, cujo resultado serão ofensas mútuas, ressentimento e quebra da cumplicidade. E, para parar uma briga, alguém precisa sair da atitude defensiva e procurar compreender o outro.
Quando ambos os parceiros procuram manter uma atitude de abertura e compreensão um para com o outro, aí temos um poderoso antídoto contra a atitude defensiva. A confiança mútua de que um nunca tem a intenção de ferir o outro pode ser o segredo para se chegar a essa atitude. Confiança mútua e cumplicidade são exatamente o oposto da atitude defensiva. O amor, a compreensão, a boa intenção e o acolhimento são os ingredientes da poção mágica da boa convivência com o(a) parceiro(a).
Amar é desejar sempre o bem do outro. Se um não ataca o outro ou se, mesmo achando que pode estar sendo atacado, um não se defende do outro, está aberto o caminho para o diálogo e para a compreensão.
E se um escorregar de mal jeito e cair na atitude defensiva? Nesse caso, nada melhor do que um sincero pedido de desculpas por parte deste e uma generosa dose de perdão por parte do outro.
Não adianta, não basta apenas amar. É preciso compreender, cuidar e ter cumplicidade para construir um relacionamento sincero, maduro e gostoso. Não basta apenas amar. É preciso cultivar o amor. E o cultivo do amor tem por base a boa intenção, a humildade necessária para pedir desculpas quando for preciso, a generosidade para perdoar o outro que está arrependido e, acima de tudo, a disposição para dialogar.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

NÃO É O AMOR

O amor não julga.
O amor não fere a auto-estima do outro.
O amor não projeta no outro as próprias falhas.
O amor não manipula.
O amor não induz vergonha, nem medo, nem sentimento de inadequação.
O amor não usa o outro.
O amor não abusa do outro, nem física nem moralmente.
O amor não ataca.
O amor não agride.
O amor não cobra o que não é justo.
O amor não é covarde.
O amor não intimida.
O amor não mente nem distorce.
O amor não confunde.
O amor não menospreza.
O amor não humilha.
O amor não desrespeita a individualidade
nem invade os limites do outro
Se você se pegar fazendo uma dessas coisas
saiba que, por mais que você ame
ou pense que ama a pessoa a quem você assim ofende,
não é o amor que dá origem a tais ações;
não é o amor que o motiva nesse momento,
mas algum outro sentimento
dos tantos que habitam a alma humana.
Quem sabe o medo?
Quem sabe a inveja?
Quem sabe a ira?
Quem sabe o desejo de controle?
Quem sabe uma má intenção velada
que conspira nesse instante
e corrompe o seu coração,
e distorce a sua ação?
É possível ao que ama,
por não ser perfeito,
contradizer-se
e fazer mal àquele a quem deseja o bem.
Mas justificar o mal alegando amor é uma inverdade
E fazer o mal “em nome do amor”, uma atrocidade.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

PARA REFLETIR

Os sonhos são nossos guias, nossas estrelas.. inatingíveis, mas muito úteis, e mesmo indispensáveis, para se seguir no caminho da vida.
Marilene Mazza

segunda-feira, 5 de julho de 2010

LEITURA MENTAL

Em seu livro “Love Is Never Enough”, Aaron T. Beck, o criador da Terapia Cognitiva, escreve sobre a leitura mental. Segundo Beck, a tentativa de “ler” a mente do(a) parceiro(a) dá à pessoa uma falsa sensação de segurança gerada por conclusões errôneas que pode causar grandes problemas. Beck afirma ainda que, ao interpretar erroneamente o comportamento dos parceiros, as pessoas costumam gerar no relacionamento exatamente aquilo que mais temem.
Podemos descrever a “leitura mental” como a tentativa de deduzir o pensamento do outro com base em sinais corporais externos. É claro que os gestos e posições das pessoas podem sugerir algo sobre suas posturas e intenções. O problema é que os parceiros levam isso ao extremo, e acham que sabem o que o outro está pensando. Eles acham que “conhecem” os parceiros e “sabem” o exato significado dos sinais corporais do outro. Então cada um associa a determinados gestos ou posturas do outro exatamente as mensagens que mais temem receber, como: “Ela está me olhando desse jeito porque está me reprovando”, “Olhou para o relógio porque não está interessada no que estou falando”, “Ele não se importa mesmo com nada do que quero lhe falar sobre minha carreira”, “Ele está pensando que sou mesmo uma idiota”... E assim por diante. Na maioria das vezes, como já era de se esperar, essas conclusões não têm nada a ver com a verdade interna do outro, mas sim tudo a ver com os medos e ansiedades daquele que está “projetando pensamentos na mente do outro”, ou seja, fazendo a “leitura mental”. Qual é o remédio: perguntar o que o outro realmente está pensando no momento. Quanto mais perguntas e respostas sinceras entre os parceiros, menores as chances de confusão e desentendimento.
O pior da “leitura mental” é que cada um vai fazendo suas deduções sem fundamento e as fantasias vão se acumulando, até que toda uma trama de desentendimento se forma; e ambos os parceiros ficam carregados de ressentimentos por coisas que, na verdade, nunca aconteceram.
Um dos aspectos mais fascinantes do relacionamento amoroso é justamente o fato de que estar diante da pessoa amada é ter o privilégio de entrar em contato íntimo com um ser de possibilidades infinitas que, além disso, é, na verdade, um devir (um vir a ser). Portanto, não nos cabe fazer adivinhações sobre o que esse ser está pensando, mas sim mergulhar cada vez mais na descoberta do mesmo por meio do diálogo. O diálogo, que envolve componentes verbais e não verbais – mas não adivinhações -, é a ferramenta maravilhosa por meio da qual podemos aprofundar cada vez mais o conhecimento mútuo e extasiarmo-nos ao longo da vida inteira com as infinitas possibilidades de nosso amor.