sábado, 2 de fevereiro de 2013

AMOR E AGRESSÃO


Quanta gente convive em sua vida diária com a dura verdade "As pessoa a quem mais agrido são justamente aquelas que mais amo".
  
Esta é uma verdade mal escondida, e a sociedade em geral, inclusive as pessoas agredidas, colabora para encobri-la.

Mas os que têm que lidar com essa realidade sabem que ela é uma faca de dois gumes capaz de ferir tantos os agredidos quanto o agressor.

Por que será que isso acontece? Isso costuma acontecer quando uma pessoa agressiva se vê acuada diante das pessoas das quais mais espera aprovação – aquelas exatamente a quem mais ama. Em geral, essa pessoa está se sentindo incompetente, fracassada ou desrespeitada diante das pessoas mais importantes de sua vida, que, na maioria dos casos são o(a) parceiro(a) e/ou os filhos. Essa pessoa quer antes de tudo receber aprovação de sua família. As situações gatilho são aquelas em que a pessoa chega à conclusão de que não está recebendo essa aprovação ou mesmo de que essas pessoas a desaprovam. A atitude da pessoa agressiva diante dessa percepção é tomar à força aquilo que julga ser seu por direito. Se não a aprova por bem, a família há de aprova-la por mal, pois ela fará tudo para provar que essas pessoas estão completamente erradas e são as únicas responsáveis pelo terrível mal estar que ela está experimentando. Assim uma pessoa acuada se transforma em um agressor.

Como resolver essa situação?

Em primeiro lugar, a pessoa que agride precisa de tratamento, embora, ironicamente, o mais comum seja a pessoa agredida procurar ajuda, muitas vezes até mesmo estimulada pelo próprio agressor, o qual tem uma grande necessidade de dizer que há algo de errado com a pessoa agredida – e não com ele, é claro!

Em segundo lugar, geralmente a pessoa agredida também precisa de tratamento, pois muito frequentemente trata-se de uma pessoa a quem falta assertividade e que tem dificuldade de estabelecer limites na relação com o agressor.

Esses tratamentos podem ir desde psicoterapia até psicofarmacoterapia nos casos em que alguma das pessoas envolvidas apresente algum tipo de transtorno do humor ou algo semelhante.  

Em terceiro lugar, às vezes faz-se necessária uma terapia de casal ou de família conforme o caso.

O mais importante é buscar ajuda especializada o mais cedo possível, para que o amor possa sobrepujar a dor, as fragilidades e os defeitos de cada um dos membros da família, especialmente os do agressor.

3 comentários:

  1. Excelente postagem Marilene!
    Deve ser por isso que presenciamos muitas relações destruídas em lares, que não se esperam, justamente pela existência visível de amor!
    http://jefhcardoso.blogspot.com lhe convida e espera para ler e comentar “O Grande Circo Nonsesense – Vila Abranches”. Abraço.

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  2. Marilene:
    Isso sem contar a formas de agressão mais rotineiras como, depois de um certo tempo de casamento/união, começam as asperezas entre os cônjuges, já são mais ácidos, costumam gritar e até xingamentos... isso, para mim, é tão forte quanto um tapa, embora as pessoas, em geral, não vejam assim.

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