quarta-feira, 5 de maio de 2010

CASAMENTO E PODER: QUEM DEVE MANDAR NO CASAMENTO?

Uma questão milenar é da hierarquia entre homens e mulheres. Por incrível que pareça, ainda hoje, em pleno século XXI ainda existem pessoas que acreditam ao pé da letra na frase “Os 'HOMENS' são todos iguais”; isto é: “Os homens são iguais uns aos outros; as mulheres... são inferiores”. Tem gente que apela para tudo, até para o nome de Deus. Como se já não bastassem as inúmeras atrocidades que já foram cometidas “em nome de Deus”, ainda há quem apele para a Bíblia para defender o machismo. Aqueles que vestem a carapuça que me desculpem, mas é muita falta de inteligência. Ainda bem, que já existem evidências científicas de que essa crendice faz mal ao casamento. Um estudo da Universidade de Washington, coordenado pelo Prof. Dr. John Gottman, mostrou que quando os maridos recém-casados demonstram interesse em serem influenciados pelas esposas e em dividir com elas o poder, os casamentos são mais felizes e estáveis. O estudo acompanhou 130 recém-casados por 6 anos para estudar as maneiras pelas quais os casais interagem que podem levar ao divórcio. O efeito da disposição do esposo a aceitar a influência de sua esposa é um importante fator preditivo de sucesso para um casamento. Portanto, os homens que são capazes de aceitar as opiniões e sugestões de suas esposas têm maior probabilidade de manter um relacionamento de sucesso. Só que, na minha opinião, falta muitas mulheres acreditarem nisso e escolherem casar-se com os príncipes ao invés de com os lobos-maus. Se o comportamento de escolha de parceiros da maioria das mulheres melhorasse, logo os comportamentos machistas deixariam de vigorar no universo masculino. Afinal de contas, infelizmente, esta me parece ser a razão pela qual as mulheres já fizeram tantas conquistas na vida profissional e não na vida pessoal: a maioria delas continua a se deixar levar puramente pela emoção ao escolherem seus parceiros, confundindo paixão com amor. Quando acham que “amam” determinados homens, as mulheres acabam se submetendo a todo tipo de exigência absurda “em nome do amor”; e só muito mais tarde, quando já não agüentam mais, aprendem a lição.
Infelizmente, esse aprendizado tardio não parece ser transmitido às gerações posteriores: as mães continuam educando seus filhos para serem machões dominadores e suas filhas para serem garotinhas submissas. Os homens decentes que o digam: continuam a ser rejeitados como parceiros diante do entusiasmo da maioria das adolescentes pelos garanhões contumazes.
Ao que parece, é mesmo verdade a crença – rotulada por muitos de pessimista - de que a humanidade só evolui tecnologicamente e nunca moralmente.
Enquanto essa dura realidade não mudar, o comportamento dos “machões” e “conquistadores” será estimulado pelo comportamento da maioria das mulheres... Os homens não mudarão... E esta vida será menos feliz para as mulheres.

Um comentário:

  1. Sensacional! Trata-se de um assunto polêmico, que você conseguiu colocar de uma forma muito clara e abrangente. É real a assertiva de que nós mulheres fomos "educadas" para sermos as "rainhas do lar" e os homens, os garanhões provedores, a "cabeça" do casal (odeio essa frase). Entretanto, isso nos foi passado por nossas mães, que receberam tais ensinamentos de suas mães e por aí vai infinitamente.
    Parei para pensar em casais do universo no qual habito e é real o fato de que aqueles que decidem tudo de comum acordo, que um busca a opinião do outro, que um respeita a opinião do outro, a felicidade é muito mais aparente e até mesmo contagiante; enquanto outros, cujo casamento gira em torno da "cabeça do casal", me denota mulheres infelizes e insatisfeitas. Nunca tinha parado para pensar nisso, mais uma coisa para passar para àquelas que estão começando, ou então para as que estão procurando mudar, seja com o próprio parceiro, ou na procura de outro... Não que eu também não deva refletir internamente sobre isso, mas não tenho muito o que reclamar nesse sentido.
    Um ponto que me chamou muito a atenção e me remeteu q uma criaturinha linda, filho de uma amiga muito querida. Nós duas sempre conversávamos e ela dizia que "Y" sofria em seus relacionamentos, porque sempre os levava à sério, era romântico, gostava de dar flores, fazer carinhos não somente físicos, e que as "meninas de hoje" (agora vejo que isso não é de hoje)não estavam acostumadas e nem buscavam isso, queriam mais era o "pegador", o "machão conquistador"...
    Que triste e real constatação! Essa "raça" prolifera e sobrevive cada vez mais, em face do comportamento dominante no mundo feminino! É real que as mulheres cada vez mais vêm obtendo conqistas profissionais e ao mesmo tempo fracassando em suas escolhas pessoais. A mídia nos estimula à isso, as meninas crescem ouvindo isso, ou até mesmo sofrendo essa realidade dentro dos seus lares, vendo uma mãe submissa que aceita determinadas situações pelo simples fato de ser mulher.
    Este assunto é um assunto que deve ser mais debatido, mais trabalhado para tentar mudar esse cenário que nos é apresentado, buscando SIM uma vida mais feliz para nós mulheres de hoje e de amanhã.
    Mais uma vez, brilhante o post!!

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