quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A CRÍTICA

Se não for feita com certo cuidado, a crítica tende a tornar-se uma maneira de intimidar, e até de punir o(a) parceiro(a). O que chamo de crítica feita com cuidado é uma crítica que procura não ofender e é construtiva para aquele que é criticado.
O melhor, contudo, é não criticar. Dificilmente a crítica não magoa. Por que não explicar, sugerir, questionar, ou mesmo pedir por favor? Penso que todas as vezes em que nos vem à mente uma crítica, deveríamos parar e nos perguntar qual a melhor maneira de passar a mensagem que desejamos transmitir sem sermos destrutivos para com o outro. Uma maneira de fazer isso é expressar os próprios sentimentos e não um julgamento da fala ou do comportamento do outro: “Sinto-me pressionado quando você faz/diz isso”, ao invés de “Você está me pressionando”, “Você vive me pressionando”, ou o pior “Você nunca perde uma chance de me pressionar”. Para dar uma resposta à fala ou ao comportamento do outro de maneira construtiva (e necessariamente não destrutiva), é melhor pensar em como expressar uma reação assertiva, e não punitiva, diante do que o outro disse ou fez. E o que é uma reação assertiva? É uma reação que não é agressiva nem passiva, que fala o que se quer dizer sem agredir o outro nem humilhar a si mesmo, sincera porém sensível, cuidadosa e, se possível, até mesmo carinhosa. Afinal, o objetivo não é apenas sinalizar ao outro que algo em sua fala ou em seu comportamento nos provoca dor ou desconforto? Como podemos manifestar isso de maneira coerente oferecendo-lhe dor e desconforto de volta? Por que não “dar a outra face” e apenas fazê-lo ver as consequências de seus atos como em um espelho? Pense nisso na próxima vez em que estiver prestes a criticar a pessoa que você ama.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Li e reli várias vezes, tentando mudar o foco de como me via dentro das suas palavras. Em vão, tentei ver em mim, a imagem de uma pessoa que expressa reação assertiva... Digo em vão, porque ao me questionar acerca das minhas atitudes, um filme passou na minha cabeça. Neste filme pude perceber como as minhas idéias não correspondem aos fatos. Lamentavelmente, não sou nada assertiva nas minhas críticas. Na maioria das vezes, fico mesmo na defensiva e sempre penso que sou uma pessoa desapegada, senhora de mim, que não me abato com as críticas alheias, e principlamente, as críticas do meu parceiro. Ledo engano, tanto me abato, que tomo posições defensivae e repressivas. Isso acaba por gerar a velha bola de neve do toma lá, da cá.
    Obrigada pela abordagem do tema, obrigada por me fazer parar um tempinho para refletir sobre as minhas atitudes. Incrível o papel do terapeuta numa relação. Quando penso que sei quase tudo, vejo que não sei de nada...
    Na próxima vez, vou me perguntar qual a melhor maneira de passar a mensagem que desejo transmitir sem ser destrutiva para com o outro. Espero, aos poucos, tomar consciencia dos meus atos. Sim, porque nada mais é que uma falta de consciencia, esta busca de resolver os nossos problemas, causando problemas ao outro.
    Brilhante abordagem!

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