sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

REFLEXÃO DE NATAL

POR UM NATAL FELIZ

Senhor, que neste Natal
renasça em mim a pureza
renasça em mim a beleza
da criança que um dia fui.
Que neste Natal brote em mim a certeza
de que a inocência continua viva,
em algum recanto dentro em mim preservada;
de que, apesar dos infortúnios,
das traições e dos desencantos,
não se apagou em meu coração
a chama da crença pura
de que é possível ser humano
com honestidade, com sinceridade
e, acima de tudo, com dignidade.
Senhor, que eu possa de novo olhar-me no espelho
que eu possa não ter um rosto de cera;
que eu possa não ter por face
uma máscara hipócrita
tão incorporada ao que restou de minhas feições verdadeiras
que não caia nem diante de mim mesmo.
Que eu possa olhar-me e ver-me
encarar-me sem desespero
apesar de toda dor e de toda alegria
de toda a vergonha e de toda honra
de toda a feiúra e de toda beleza
que se me venham a revelar
Que minhas lágrimas e meu riso possam brotar livres diante de mim mesmo;
que eu seja capaz de sentir, Senhor,
de experimentar em toda a plenitude
a aventura, a alegria e a dor
de ser gente, de ser humano.
E que eu não tenha a crença mesquinha,
ingênua e sem profundidade de que toda essa verdade
me abale a coragem, o brio e a elegância.
Que não me vista a arrogância dos tolos
mas a firmeza dos sábios
Que minha mão não seja mesquinha,
mas justa e forte.
E que eu saiba que a força,
que por vezes assume a face da dureza,
também se manifesta na tenacidade
e muitas vezes na flexibilidade.
Senhor, que neste Natal
eu possa ver Teu rosto
e reconhecer enfim o meu próprio;
que, nascendo em meu coração,
Tu me permitas renascer
e tornar-me simples e sincero,
capaz de amar e ser amado,
verdadeiro
e, enfim, feliz.

Um comentário: