segunda-feira, 15 de março de 2010

UMA VISÃO CONSTRUTIVA DO RELACIONAMENTO


O tipo de visão que cada parceiro tem do relacionamento é fundamental na evolução da convivência do casal.
Uma visão negativa do relacionamento e a desesperança com relação à possibilidade de resolução dos conflitos bloqueia os passos do casal em direção a mudanças positivas na dinâmica de sua interação. Muitas vezes, o primeiro pensamento que surge na mente das pessoas quando aparecem problemas é o de que o relacionamento “não está dando certo” ou de que “os dois não combinam”. De maneira precipitada, elas podem concluir, a partir desses pensamentos, que não existe solução para o impasse e que a melhor saída seria partir logo para a separação.
Ironicamente, quando as pessoas entram no relacionamento com uma visão excessivamente otimista, ou seja, de que a relação não tem problemas e de que só o amor resolve tudo, o resultado pode ser semelhante ao de uma visão negativa. Isto porque somente podemos resolver problemas quando reconhecemos e aceitamos sua existência. E, se os problemas não são resolvidos, o relacionamento não evolui.
Muitas pessoas pensam que um período de namoro agradável é garantia de um relacionamento feliz quando os dois passam a “morar debaixo do mesmo teto”. O período de namoro é normalmente marcado por fantasias e idealizações que podem se desfazer nos primeiros meses ou anos de convivência conjugal quando surgem as primeiras dificuldades.
Estabelecer expectativas realistas é fundamental, particularmente no início do relacionamento, para que o casal possa construir sua felicidade amorosa.
Ter expectativas realistas não significa não sonhar, não se encantar, não se apaixonar. Ter expectativas realistas significa estar ciente de que partes das duas personalidades vão se complementar, mas outras partes vão se atritar. E esses atritos não deve também ser encarados de maneira negativa, mas sim construtiva: como oportunidades de novas descobertas e de crescimento.
Certa vez perguntaram a um casal feliz como eles conseguiam manter-nos tão unidos e apaixonados depois de 20 anos de casamento. Eles responderam que no início éramos como duas pedras de superfícies muito irregulares, e que com o tempo foram se atritando, se atritando, e consequentemente se polindo mutuamente, e o contato entre elas se tornou cada vez mais fácil e harmonioso.
Fazendo uso dessa metáfora, podemos dizer que quando as duas pedras se encontram, se elas se atritarem com violência excessiva - que é o que ocorre como resultado de uma visão negativa do relacionamento - elas se esfacelarão mutuamente; se elas não se atritarem - o que resulta de uma visão artificialmente perfeita do relacionamento - seu contato continuará sempre difícil e desarmonioso; se elas se atritarem suavemente e de maneira persistente, elas se polirão uma à outra, sua superfície de contato aumentará e elas se tornaram cada vez mais complementares.

Um comentário:

  1. Maravilhoso! Vou repassar a minha filha. Sempre tentei, mas não encontrava as palavras certas para abordar esse tema que é tão importante numa relação à dois. Só posso agradecer pelo privilégio de encontrar no seu blog um norte para situações cotidianas que muitas vezes fazemos um campo de batalhas.

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